quinta-feira, 28 de maio de 2009

'ssuva'

Eu estava hoje na parada, esperando o ônibus quando começam a cair pingos de chuva. E mulher tem um 'tino' pra clima que é impressionante. Primeiro que nós sentimos a chuva antes que, de fato, comece a chover. Eu, a aproximadamente dezoito anos e oito meses nesse ofício, não demorei muito a captar essa mensagem, abri minha bolsa, tirei meu guarda chuva e comecei a observar as pessoas passando na rua e, principalmente a reação das mulheres em relação a esse fator climático, por assim dizer.

Pra começar, todas se entreolham pra confirmar se aquele terrível pesadelo, o principal aliado do frizz e destruidor de cabelo arrumadinho está acontecendo. Claro, que cada uma tem uma reação diferente, mas existem duas principais formas de manifesto identificáveis: as mais discretas tentando passar a idéia de 'eu não estou ligando pra chuva, pois sou linda naturalmente e não faço escova' (o que nem sempre é verdade) e as mais amundiçadas como diria João do Morro 'vai pra debaixo do todo, mostra os peitos mas cobre o cabelo' e que não querem nem saber se vem carro na rua, atravessam correndo pra não molharem as madeixas, correndo o sério risco de morrer atropelada, mas o que é morrer atropelada perto de ficar com um, carinhosamente e famosamente reconhecido como 'cabelo de fuá'. NADA né?

E isso me levou a um pensamento, como nós, pessoas do século feminino em pleno sexo vinte e um, nos portamos em eventos descobertos em pleno 'inverno', com um toró desgraçado prestes a cair a qualquer momento e lavar todas nossas horas de preparação e chapinha. Hoje eu achei engraçado, porque eu percebi, mais do que nunca, como todas as mulheres tem uma preocupação extrema com uma parte frontal de cabelo chamada franja. Isso mesmo, essa condenada que passamos o dia inteiro olhando no espelho e que NUNCA está lisa suficiente mesmo passando um ferro no nível 3 (que passa linho), toca de meia calça e todas essas coisas que a tecnologia nos proporciona. Por que 'Deus, molhe tudo menos a minha franja.'

Enfim, todos sabemos que nos dias nos quais nos encontramos, tornar-se-há cada dia mais difícil um dia sem 'nuvens do mal' carregadas, prontas para acabar com nosso gramour. E eu me pergunto, em pleno São João, Festival de Inverno e todos os eventos que exigem toda uma preparação com aquela roupa glamurosa que você esperou o ano inteiro pra usar, você vai deixar isso estragar sua chance de ahazar e bater cabelo ao som de Elba Ramalho, Flávio José e Zé Ramalho (artistas que, incrivelmente, fazem mais sucesso no São João)? Meu amor, eu lhe digo, claro que não!

Lhe darei dois e talvez mais um motivo,se eu conseguir pensar nele até terminar esse, por mim chamado, pensamento alto. Como diria Manuel Guedes Vamos aos cases:

Case 1: Quero descolar um boy babado nesse São João pra me pagar um caldinho e me dê uma rosa de um real .

Pra que? 1 : Mulher, pensa direitinho, daqui que tu se arrume e chegue nessa festa o bofe já vai ter tomado todas (cerveja, cana, montila, vodka ou whisky se ele for BS bem sucedido simpático), não vai tá falando coisa com coisa e a primeira nega que dé uma risada pra ele, ele vai está abrindo os braços (com um copo na mão), puxando os cabelos e chamando de princesa.

Pra que? 2: Para que quebrar a cabeça se ele talvez dê um de difícil e no final acabe completamente embreagado e sendo rebocado pelos amigos ou pegando aquela galega que ele, a esse ponto, tá achando linda, que é a sósia de Joelma de Calypso.

Case 2: Quero matar de inveja todas as minhas colegas que me veêm parecendo um rabujo na faculdade.

Pra que? 1: Se elas vão tá mais bagaço que você, ou provavelmente vão ter feito a merda de chegar mais cedo e ficar mais feia por mais tempo. (Chegue sempre mais tarde: todo mundo vai tá feio, menos você. ficadica)

Pra que? 2: Elas podem está arrasadas e bêbadas ou arrumaram um paquera que lhe deu uma flor e estão rachando com o bofe um litro de montila com coca cola ou um latão de cana com um caldinho de feijão (hmmm...), na pior das hipóteses vai está no camarote bebendo whisky do bofe e fazendo pouco da sua cara, mas eu te digo: não desanima, gata! força na peruca!

O ultimo motivo acho que vai ser como vou encerrar isso aqui, indepentende de qualquer outra pessoa, esqueça sua franja e curta sua festa. Afinal, eu tenho aprendido que quando a gente pensa mais na gente e esquece um pouco dos outros e do que eles podem está pensando de nós, atraímos muito mais coisas boas. Não saia de casa esperando um babado, seja O babado da festa! Faça acontecer, com chuva ou sem chuva, com ou sem frizz se joga. Com noção, PELAMORDIDEUS.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

=p

Bem, eu quero dizer que eu tenho uma certa aversão a coisas velhas: casa velha, calcinha velha, filme preto e branco? mudo? pelo amor de Deus, vejo muita graça não. A única coisas que eu acho massa que é velho é o vintage e meus avós. O resto me lembra múmia, caixão, defunto, tudo o que não presta e, geralmente, inclui sofrimento e teia de aranha. Enfim.

Eu não acho vibe ficar na fossa, remoendo aquele case antigo, de vinte anos atrás. Po, vamo lembrar do passado, mas esquecer de viver? Pelo amor de Deus, ai já é demais também! Eu acredito naquela velha frase estilo as que 'Charlie Brown Jr.' (que eu achava que era o nome do vocalista) fala nas músicas dele e todo mundo (sem bom senso) acha(va) o máximo, mas confesso que eu já botei no meu nick do msn quando eu tinha 13 anos e o Acústico MTV tava gerando mais que conjuntivite no corremão da escada rolante do shopping: ''tudo dura o que é pra durar''.

Todo mundo fez merda no passado, eu, por exemplo, já fui emo acredito que tem coisas que não valem a pena serem revividas. Acho que cada coisa acontece do jeito que tem que acontecer, não por destino ou nada parecido, até porque eu acredito em decisões e não em acasos. Por isso eu creio que viver de passado deixa você, de certa forma meio estagnado numa idéia romântica de algo que foi real, mas que não faz mais parte da sua realidade.

'Live and let die.'

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

A ressaca moral chegou a minha porta, não exatamente na quarta feira de cinzas, como o esperado, mas hoje.

Sinceramente, a sensação de frustração é terrível. Está inconformado com o que não deu certo, com as coisas que planejei pra mim e não aconteceram, com o que eu queria ter feito e não fiz, com o que eu não queria ter feito e acabei fazendo por excesso de empolgação, álcool ou pelo simples fato de não pensar antes de ir adiante com aquela idéia revolucionária que agora me parece meio estúpida.

Às vezes eu sou totalmente a favor da loucura e, simuntâneamente, da lógica. De vez em quando eu acredito que quando se pensa demais você acaba perdendo a coragem de sentir, de ser insintivo e louco. Em contrapartida, raciocinar é muito importante: projetar, calcular as coisas pode lhe trazer bons frutos, ou uma bela frustração. Mas nada, absolutamente nenhuma dessas alternativas, premetitadas ou sentimentais, tráz a cura. E é quando eu me deparo com a verdade mais cliché (e se é cliché é porque é verdade): "O tempo cura tudo.'' Alguém me disse, aliás, sempre me dizem isso.

- Eu sei. ( é o que eu sempre digo quando não tenho coragem de usar a solução simples para meus problemas.)

E mais adiante eu me pergunto, seria o tempo lógico? Seria ele um amigo extremamente egoísta, carente, que gosta de chamar atenção e me provoca sempre que eu esqueço dele, só pra lembrar que encontro-me depentende de sua decisão de demorar a passar ou não? Seria o tempo justo, que me fará esquecer aquela mágoa quando ela me ligar, pedindo perdão com voz de choro, num dia nublado, em que me sinto só? ele me traria uma frente fria ou causaria uma tempestade diante dessa situação?

O tempo tráz e leva. Ele me rouba o coração e me devolve um novinho em folha, carrega o meus pensamentos lógicos e me torna prático em seguida. Tira minhas dúvidas, depois me enche de perguntas. Me faz desistir e depois me levanta. Ele vai e vem mas nunca volta. Às vezes acho difícil confiar em algo que apenas sinto passar, lento ou rapidamente, pelo simples fato de ver o céu mudar de cor ou de eu me sentir cansado, me deixando mais ansioso e impaciente pela liberdade. Ele mostra soluções como duas camisetas brancas no armário. A escolha é simples: confortável ou bonito. O que me faz sentir melhor ou o que faz com que os outros achem que estou radiante. Ser lógico, ser louco. As desculpas se acabam e não há como se justificar. Carnaval, cachaça, empolgação, sentimento. Tudo é saudade. Tudo é semelhança, nada é igual. E mais uma vez outro cliché:

- Tudo passa, eu falo a mim mesmo, aliás, eu sempre me digo isso.

- Eu sei, eu me respondo.

E hoje o tempo vai me pôr pra dormir e me acordar amanhã , durante dias, pelo simples fato de o céu mudar de cor, ou de eu me sentir cansado.

O que cura ressaca é engov, o tempo faz apenas um pacto com minha consciência.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

OsTrêsMalAmados

http://www.releituras.com/joaocabral_malamados.asp
Eu me lembro de quando eu era pequena, e tão jovem você já tinha cabelos brancos, de suas fotos de bodas de prata, de quando ele lhe pegava no colo e você sorria, e ainda sorri, mesmo ele não sendo legalmente seu. Quando nós corríamos em círculos, você querendo me bater com sua sandália, você nunca me alcançou, pórém nunca precisou me bater ou levantar a voz para mim para que eu tivesse respeito por você. E por falar em sapatos, me recordo de quando eu calçava os seus, estáticos tamanho 35, sonhava com o dia que calcaria o seu número. Dizia-lhe, com brilho nos olhos, 'falta apenas dois dedinhos'. E hoje eu sou maior que você, calço 37, mas eu nunca, querida, nunca alcancarei sua grandeza. Você é meu melhor abraço, meu melhor amor. Em você eu encontro um conforto que nenhuma pessoa no mundo, pode me dar. Você é o meu exemplo de alegria, de força, apesar de sua fragilidade, de como você supera seus problemas, que são tantos. E você, como ninguém, sabe amar, sabe se doar. Você só quer o bem de seus filhos, de seus netos, das pessoas que você ama. E o que você recebe em troca? Cicatrizes perceptíveis em suas rugas. Mas, simuntâneamente, seu coração se enche de amor e perseverança. Você nunca desiste. Mas eu nunca conheci alguém que ama, desistir: mulheres não desistem de seus amores, as mães não desistem dos filhos perdidos, os lutadores não desistem da vitória, os compositores não desistem de encontrar melodias perfeitas pra suas canções. Sempre assim, pelo amor ou pelos amores.

Hoje eu vi você saindo pela porta. Tão pequena, tão frágil, suas mãos doces e seus cabelos lisos(que não herdei de você, infelizmente), engraçado não serem mais brancos, têm um tom marrom inconfundível, que brilha na luz. Quando você me chama de 'minha quelida' e me faz rir nos meus piores dias, sem saber. Quando você me abraça e me manda ter cuidado e diz 'Essa Marianna inventa coisa' e dá aquela risadinha que só você sabe dar.

Eu só queria poder lhe proteger de toda dor, dos sofrimentos que lhe aflingem, de qualquer pessoa que lhe machuque, protegê-la de qualquer situação. Você é minha mãe-filha, meu amor, meu grande amor. Você tráz paz pro meu coração, pra minha vida. Eu achava que nunca tinha encontrado um amor de verdade, de todos que já amei e passaram, dos que me machucaram, dos que me fizeram sonhar... E hoje eu vi como ontem e como a dezoito anos atrás, quando você, provavelmente, me pegou no colo e se sentiu, pela primeira vez, como era ser segunda mãe.
Aqui está escrito, mesmo sem você ler, o que eu quero sempre lembrar, mesmo nunca esquecendo, que como primeira e segunda mãe pela primeira vez, como se ama o primeiro amor, um melhor amigo, como você gosta de bananas, de bolo 'engorda marido', como você amou um louco e continua se importando com ele, mesmo em sua crueldade e loucura, eu te amo.

Meu amor por você é maior que o tamanho de meus sapatos e seus sapatos, que a medida de suas roupas e minha roupas, que o grau das lentes de seu óculos e do meu somados. Independente da cor dos seus cabelos, ou se eles começarem a cair. De seu tamanho, se você diminuir. Eu nunca desisto. Pois nunca vi alguém que ama desistir: amantes dos amados. mães dos filhos. esposas dos maridos. artistas da arte, lutadores da vitória...

Seu abraço me faz continuar, seu exemplo enche meus olhos e minha vida de esperança. Terei você por toda minha vida, presente, ausente, distante e sentirei sua falta mesmo nos dias que você estiver ao meu lado, mexendo em meus cabelos e me chamando de querida.

"O verdadeiro amor nunca se desgasta. Quanto mais se dá, mais se têm.'' (Saint Exupéry)